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segunda-feira, 28 de março de 2011

Rafinha (Porto)*

“Que grande jogo do atacante brasileiro! Além dos gols que marcou, trabalhou como pivô, garantindo uma linha de referência constante e provocando falhas no posicionamento dos centrais. Ótimo também no controle e proteção da bola. Dos melhores em campo”. Essa é só uma das descrições sobre as últimas atuações em campo do jovem Rafael Diniz pelo Porto.

Em menos de um ano em Portugal, Rafinha, como é conhecido, vem enchendo os olhos da imprensa local, revelando à Europa o talento observado desde muito cedo, quando ainda batia bola em Alumínio, interior de São Paulo. Atacante nato, o garoto joga fácil, tem técnica e é visto como um dos melhores atletas da atual equipe sub-19 do Dragão.

Goleador oportunista, pesa a seu favor o bom posicionamento na área e a força física. É bom também nos cabeceios, embora sua estatura não denuncie tal recurso. Com 1,75m e 73 kg, o garoto parece estar sempre pronto para receber o cruzamento e mandar a bola para o fundo das redes. Outra característica marcante é a rápida movimentação, o que oferece aos armadores opções além do óbvio nos ataques.

Ilustre aluminense

Rafael Diniz nasceu na pequena Alumínio, cidade marcada pela fundação da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e que só se tornou município em 91, um ano antes do nascimento de Rafinha. O único time futebol que Alumínio já viu foi o Associação Atlética Alumínio, um clube de caráter recreativo, esportivo e social criado em 1947, pela CBA.

Mesmo com o bom sistema educacional, a cidade hoje não possui um centro formador de atletas, o que obrigou Rafinha a abandonar o local e o destino que certamente seria igual ao de quase todos os aluminenses: tornar-se funcionário de uma das indústrias da cidade. Mas ele decidiu tentar algo diferente.
Em 2009, o garoto foi rapidamente aceito nos testes do Pão de Açúcar. Talvez por ter entrado no clube já com 17 anos, idade considerada tardia para o início da carreira no futebol, tenha passado despercebido pelos clubes brasileiros. Seu potencial acabou identificado pelos olheiros portugueses do Dragão, após parceria firmada com o PAEC, em 2009.

Como nasce um craque

Desde o seu surgimento, em 2004, o Pão de Açúcar carrega o rótulo de “time de empresários”, quase sempre enunciado de forma depreciativa e, assim como o Sendas, pertence ao Grupo Pão de Açúcar, do empresário Abílio Diniz. Ao contrário do que muitos pensam, os clubes não são apenas um novo negócio para o grupo empresarial. As equipes começaram como projetos sociais e só depois de um tempo passaram a caminhar para a profissionalização. Com dinheiro, bons profissionais e estrutura de dar a inveja a muitos clubes grandes, o PAEC já revelou nomes como Rafael Carioca e Bruno Uvini, e mesmo os mais desconfiados não podem continuar ignorando o sucesso da empreitada.

Logo quando chegou à nova casa, Rafinha jogou o Paulista Sub-20, onde marcou apenas um gol. No ano seguinte, disputou a Copa São Paulo, marcando uma vez na primeira fase, contra o Coritiba. O fato de ser cara nova somado às suas participações inexpressivas podem ter ajudado ele a passar despercebido no Brasil, para a sorte dos Dragões.

Em 2009, a parceria firmada com o Porto deu a Rafinha e ao lateral esquerdo Romário a chance de atuar na Europa. Os dois vêm fazendo bonito no velho continente, enchendo de orgulho os formadores do PAEC e impressionando a mídia portuguesa.

Um tal de Rafinha

Desde fevereiro, Rafinha está jogando o Campeonato de Juniores A de Portugal pelo sub-19 do Porto. No primeiro jogo da temporada, contra o União de Leiria, os dragões venceram por cinco a zero, com excelente atuação do atacante. Sob o olhar do artilheiro Hulk, que acompanhava a partida da arquibancada, Rafinha marcou dois gols – um aos cinco e outro aos quarenta minutos do primeiro tempo - e continuou dando trabalho à defesa adversária durante toda a segunda etapa.

No dia do aniversário do Estádio do Dragão, torcedores e crianças lotaram as arquibancadas para assistir às “peladas” entre os atletas da equipe principal e os juniores. Entre os profissionais, Rafinha se sobressaiu e marcou quatro gols, deixando todos com a pulga atrás da olheira para descobrir quem era o tal jogador.

Logo depois da partida, a mídia portuguesa dava notícias do atacante brasileiro que tinha brilhado no aniversário do Estádio do Dragão. “O jovem brasileiro, que fisicamente é muito semelhante a James Rodriguez, mostrou desenvoltura, boa técnica e remate pronto. Fez quatro gols e mostrou serviço, ele que está no F.C. Porto por empréstimo do Pão de Açúcar, clube formador de São Paulo”, destacou o portal Mais Futebol.

Com apenas 18 anos, o garoto tem o exemplo de Hulk, atacante brasileiro que pouco jogou no Brasil, mas se tornou ídolo no Porto. As expectativas são as melhores, já que os dragões não veem a hora de Rafa, como é chamado em Portugal, pintar nos profissionais, balançar as redes e fazer a alegria branca e azul.

Ficha técnica
Nome completo: Rafael Diniz Alves e Silva
Data de nascimento: 21/06/1992
Local de nascimento: Alumínio, SP
Clubes que defendeu: PAEC, FC Porto
Seleções de base que defendeu: nenhuma


*Link do texto original, pela colaboradora Clarissa Carramilo, do site Olheiros
http://olheiros.net/artigo/ler/2625/rafinha_craque_em_potencial

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