Neste final de mês apresentamos três jogadores e uma entrevista e concluímos com a opinião de um jornalista conhecido. Este será no ciclo daqui para a frente. Três jogadores, a principio, depois passaremos a quatro, uma entrevista com algum jogador que passou pela base e um jornalista, ou algum dirigente, empresário, ou até mesmo um olheiros para falar sobre o tema. O jornalista da vez foi Daniel Perisse, editor do Lance!:
Acho que a presença constante de jogadores do Brasil cada vez mais novos na Europa é bom para os clubes, que podem trabalhar os atletas da melhor forma possível, e para os próprios brasileiros, que tem contato com uma cultura nova antes do previsto e, muitas vezes, tem como desenvolver sua carreira - algo que poderia não acontecer dependendo de onde ele desse os primeiros chutes.
Para evitar esse êxodo, os clubes tem de parar de pensar no lucro com o atleta e pensar que esse jogador pode dar visibilidade ao clube levando-o a resultados expressivos o que também pode gerar receitas, em certos casos ainda maiores.
*Daniel Perisse trabalha desde maio de 2010 no grupo Lance! onde exerce a função de editor de "futebol brasileiro". Antes de trabalhar no Lance! era editor-chefe de esportes da Agência EFE.
Blog sobre promessas brasileiras que saem do país para jogar na base de clubes estrangeiros. Existe vida além dos Alcântara, no Barça, e o BrdaBase mostra isso em conteúdo único.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Haygnner (Ex-União de Leiria e Paços de Ferreira)
Além de mostrar jogadores que estão nas divisões de base de clubes estrangeiros, irei apresentar alguns nomes que já passaram por essa fase e hoje já estão no profissional ou abandonaram a carreira.. Farei um bate-bola rápido com eles. O primeiro nome da lista é Haygnner. Volante, que atua também como meia ofensivo. O paulista começou na base em clubes portugueses, estava no Blackburn, no profissional, passou pela Romênia, FCM Tirgu Mures, e agora está na Espanha.
BrBase: Você nasceu em qual cidade no Brasil?
BrBase: Qual clube você jogava em Portugal?
Haygnner: Joguei no União de Leiria , e no FC paços de Ferreira.
BrBase: Os olheiros destes clubes te viram? Como foi?
Haygnner: Eu fui para Portugal quando tinha 12 anos, com meus pais. joguei um ano num clube pequeno quando cheguei , chamado Marrazes , daí o Leiria foi me buscar, pagou ao Marrazes, fiquei dois anos lá , e por fim acabei indo para o norte de Portugal, no Paços Ferreira, fazer um treino , eles gostaram muito.
BrBase: Quanto tempo ficou no Paços?
Haygnner: Fiquei três anos sendo que os últimos dois já estava no profissional com apenas 17 anos.
BrBase: O que você me fala dessa estrutura desses dois times?
Haygnner: O Leiria, na época era mais ou menos , o bom é que a gente jogava o campeonato nacional, isso era o bom do Leiria , e no Paços tem uma estrutura boa, onde também jogávamos o Nacional.
BrBase: Algum dos garotos que jogou com você está "arrebentando" hoje?
Haygnner: Não não, o que deu um salto maior foi eu depois quando fui pro Blackburn. Porque saíram dos juniores do Paços e uns continuaram a estudar.
BrBase: Você nasceu em qual cidade no Brasil?
Haygnner com a camisa do Paços |
Haygnner: Eu sou de São José do Rio Preto.
BrBase: Qual clube você jogava em Portugal?
BrBase: Os olheiros destes clubes te viram? Como foi?
Haygnner: Eu fui para Portugal quando tinha 12 anos, com meus pais. joguei um ano num clube pequeno quando cheguei , chamado Marrazes , daí o Leiria foi me buscar, pagou ao Marrazes, fiquei dois anos lá , e por fim acabei indo para o norte de Portugal, no Paços Ferreira, fazer um treino , eles gostaram muito.
BrBase: Quanto tempo ficou no Paços?
Haygnner: Fiquei três anos sendo que os últimos dois já estava no profissional com apenas 17 anos.
BrBase: O que você me fala dessa estrutura desses dois times?
Haygnner: O Leiria, na época era mais ou menos , o bom é que a gente jogava o campeonato nacional, isso era o bom do Leiria , e no Paços tem uma estrutura boa, onde também jogávamos o Nacional.
BrBase: Algum dos garotos que jogou com você está "arrebentando" hoje?
Haygnner: Não não, o que deu um salto maior foi eu depois quando fui pro Blackburn. Porque saíram dos juniores do Paços e uns continuaram a estudar.
No jornal Record, de 2008, Haygnner é destaque no Paços. O jogador foi a novidade no treinamento da equipe principal. (clique na imagem para melhor visualização |
BrBase: Tem vontade de atuar no Brasil?
Haygnner: Vontade tenho, mas como tenho passaporte português, documentos europeus, ficar na Europa por enquanto é o melhor.
Nome: Haygnner Celestino
Posição: volante e meia ofensivo
Clube por onde passou na base: União de Leiria e Paços Ferreira (por)
Data de nascimento: / /91
Posição: volante e meia ofensivo
Clube por onde passou na base: União de Leiria e Paços Ferreira (por)
Data de nascimento: / /91
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Vitor Coradini (Red Bull - AUT)
A RBR conquistou o título mundial de F1, porém a empresa austríaca da Red Bull tem também outras equipes em outros esportes, não com tanta pompa como os belíssimos carros de corrida. Tem equipe de hóckei, de avião e claro, de futebol. No futebol são quatro franquias: a principal, austríaca, onde joga o brasileiro Alan, ex-Fluminense, uma de Leipzig, uma no Brasil e outra nos Estados Unidos, onde atua o francês Thierry Henry e o mexicano Rafael Marquez, dois jogadores ex-Barcelona.
Nesta equipe onde atua Alan, encontramos dois outros brasileiros nas categorias de base: um no júniores e outro no juvenil e que no próximo ano deverá subir para o profissional. O primeiro chama Jhonatan Salgado, que posteriormente falaremos dele. O segundo é Vitor Coradini, jogador que está há menos de um mês no clube e que, com apenas 16 anos, já passou pelo Zagreb, da Croácia e PSV, da Holanda. Isso sem falar de Cruzeiro, Ipatinga, Fluminense e Seleção Brasileira.
Natural de Vitória, no Espírito Santo, o jogador começou nas categorias de base do Ideal, clube da região. Com apenas 12 anos tranferiu-se para o Fluminense. Chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira sub-15, mas com suas andanças pelo mundo não conseguiu outras convocações, porém o jogador já está com cidadania italiana e seu grupo de empresários já está tentando colocá-lo na sub-17 italiana.
Atacante rápido e com boa finalização, o jogador foi descoberto por um olheiro brasileiro que o apresentou ao empresário austríaco, Zigi Steiwender. O atleta passou uma semana treinando no Zagreb e ficou quase um mês no PSV. Nas duas jogou e treinou normalmente. Como os clubes não chegaram a um acordo, o jovem, por intermédio do seu empresário, foi parar no Red Bull. Passou nos treinamentos e está no clube há um mês.
Mas como o tempo na Áustria é pesado nessa época do ano, com neve, as divisões de base dão uma parada. Por isso, o atacante se encontra de férias com sua família em sua cidade natal, e reapresenta ao time em janeiro de 2011. O jogador mora sozinho num hotel do clube, fala pouco inglês e tem ajuda de um tradutor. Ainda não conheceu os pilotos da F1, apenas os carros e os aviões da Air Race, numa amostra que a empresa faz todo ano.
Nome: Vitor Coradini
Posição: atacante
Clube: Red Bull (aut)
Data de nascimento: / /94
Vítor é o segundo da esquerda para direita |
Vitor, jogador de cabeça baixa, no vestiário do PSV |
O último de amarelo, Vítor ao lado de Moisés, Luan, Rômulo, Rincón e Matheus |
Atacante rápido e com boa finalização, o jogador foi descoberto por um olheiro brasileiro que o apresentou ao empresário austríaco, Zigi Steiwender. O atleta passou uma semana treinando no Zagreb e ficou quase um mês no PSV. Nas duas jogou e treinou normalmente. Como os clubes não chegaram a um acordo, o jovem, por intermédio do seu empresário, foi parar no Red Bull. Passou nos treinamentos e está no clube há um mês.
Após treino na Áustria jogador descansa no quarto |
Mas como o tempo na Áustria é pesado nessa época do ano, com neve, as divisões de base dão uma parada. Por isso, o atacante se encontra de férias com sua família em sua cidade natal, e reapresenta ao time em janeiro de 2011. O jogador mora sozinho num hotel do clube, fala pouco inglês e tem ajuda de um tradutor. Ainda não conheceu os pilotos da F1, apenas os carros e os aviões da Air Race, numa amostra que a empresa faz todo ano.
Nome: Vitor Coradini
Posição: atacante
Clube: Red Bull (aut)
Data de nascimento: / /94
domingo, 21 de novembro de 2010
Everton França (Fiorentina)
Na zaga central, Alan Empereur, e na ala direita mais outro brasileiro. Um ano abaixo da categoria 94, Everton França, nascido em 95, é titular absoluto do time. Carioca de Campo Grande, o jogador foi descoberto num time de empresários, da região, chamado VRP. Está na Fiorentina quase quatro anos. Assim que completou 12 anos, o jovem ingressou nas categorias de base do clube italiano.
Everton é o jogador do centro na fileira de baixo |
Com boa qualidade técnica e muito bom nos cruzamentos, o brasileiro, assim como Alan, é outro que mora nas dependências do clube, mas Everton divide o quarto com um italiano. No começo foi difícil para o jogador, mas agora ele já está acostumado. O companheiro de quarto chama Axel Gulin. De manhã, ele e os outros estudam e a tarde treinam. Neste período jogam apenas no final de semana. O time 94 lidera o Campeonato.
Nome: Everton França
Posição: lateral direito
Clube: Fiorentina (ita)
Data de nascimento: / /95
No próximo: Vitor Coradini, um brasileiro na terra dos campeões da F1.
Posição: lateral direito
Clube: Fiorentina (ita)
Data de nascimento: / /95
No próximo: Vitor Coradini, um brasileiro na terra dos campeões da F1.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Alan Empereur (Fiorentina)
Natural de Ipatinga, Minas Gerais, Alan é zagueiro e titular absoluto do time 94 da Fiorentina, já treinou contra os profissionais e as vezes joga com o time júnior. Há dois anos em Florença, o jovem já tem dupla cidadania e pode em breve jogar pela seleção italiana, porém pessoas relacionadas ao jogador dizem que este não é o sonho do atleta e sim, a do Brasil.
Recentemente ele trocou de empresário. Quem assumiu o jogador é o forte Mino Raiola, mesmo empresário de Ibrahimovic, Grygera, entre outros craques do futebol internacional. O jovem mora na concentração da Fiorentina. Num quarto, juntamente com outro brasileiro de sua categoria, Alan conversa quase todos os dias com o pai, que trabalha com futebol na cidade do Vale do Aço.
Recentemente ele trocou de empresário. Quem assumiu o jogador é o forte Mino Raiola, mesmo empresário de Ibrahimovic, Grygera, entre outros craques do futebol internacional. O jovem mora na concentração da Fiorentina. Num quarto, juntamente com outro brasileiro de sua categoria, Alan conversa quase todos os dias com o pai, que trabalha com futebol na cidade do Vale do Aço.
Alan em entrevista ao site oficial da Fiorentina |
Bom marcador e com bons chutes de fora da área, Alan fez um bom Campeonato Brasileiro sub-15, pelo Atlético Mineiro, realizado na cidade de Votorantim. Tem como característica a versatilidade, pois pode jogar como volatne e como lateral esquerdo. Foi lá que Camilo Abranches, encontrou o jogador e o levou a Itália. Por intermédio de Mino Maisto, agente Fifa italiano, e muito amigo de Pantaleo Corvino, diretor da base do clube, ele ingressou nas fileiras do time.
Nome: Alan Empereur
Posição: zagueiro
Clube: Fiorentina (ita)
Data de nascimento: / /94
No próximo post irei falar sobre Éverton França, lateral direito titular e companheiro de Alan na Fiorentina.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Brasileiros da Base - Todo dia um jovem atleta sai de casa para tentar o sonho em outro país
O Brasil é um grande exportador de jogadores de futebol. A matéria prima é localizada em todo território nacional, mas se é difícil segurar um jogador quando está no profissional, imagina quando é apenas um garoto. Os jovens atletas, muitos em situações difíceis, são custeados na maioria por empresários, já que abaixo de 16 anos, um clube brasileiro não pode assinar com um determinado atleta.
Essa "falha" na legislação permite que muitos tentem o sonho em algum clube do velho continente. Na Europa o principal destino dos jovens são: Portugal e Itália, nessa ordem. O brasileiro tratado como "mão de obra barata e qualificada" é muitas vezes a salvação de famílias de baixa renda, que veem no filho um futuro melhor.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) registrou nos últimos anos milhares de transferências. Confira alguns números que estão disponíveis no site da entidade.
858 jogadores (ano 2003)
857 (2004)
804 (2005)
851 (2006)
1085 (2007)
1176 (2008)
1017 (2009)
Isso dá um total de 6648 transferências, porém este valor não é exato. Sabe por que? E os jovens abaixo de 16 anos que não têm contrato com os clubes. Sem vínculo não há como saber. O número de atletas que saem do Brasil é incalculável, porque todo dia sai um jogador. Todo dia um empresário leva um garoto para fora do país.
O objetivo deste trabalho não é julgar se é certo ou não um garoto de 12 anos ir para Itália para jogar futebol, ou um menino de 9 deixar a família no Brasil e partir em busca do sonho - se é que ele já sabe o que quer, mas mostrar alguns destes personagens. Neste um mês de pesquisa descobri mais de 40 garotos, principalmente em Portugal e na Itália.
Muitos deles serão abordados neste espaço. Iremos tirar do anonimato e mostrá-lo em primeira mão. Ouviremos diretores de clubes, treinadores e jornalistas sobre este assunto. Para começar vamos apresentar o lateral esquerdo Alan Empereur, jogador da Fiorentina, clube que tem em sua base cinco atletas.
Essa "falha" na legislação permite que muitos tentem o sonho em algum clube do velho continente. Na Europa o principal destino dos jovens são: Portugal e Itália, nessa ordem. O brasileiro tratado como "mão de obra barata e qualificada" é muitas vezes a salvação de famílias de baixa renda, que veem no filho um futuro melhor.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) registrou nos últimos anos milhares de transferências. Confira alguns números que estão disponíveis no site da entidade.
858 jogadores (ano 2003)
857 (2004)
804 (2005)
851 (2006)
1085 (2007)
1176 (2008)
1017 (2009)
Isso dá um total de 6648 transferências, porém este valor não é exato. Sabe por que? E os jovens abaixo de 16 anos que não têm contrato com os clubes. Sem vínculo não há como saber. O número de atletas que saem do Brasil é incalculável, porque todo dia sai um jogador. Todo dia um empresário leva um garoto para fora do país.
O objetivo deste trabalho não é julgar se é certo ou não um garoto de 12 anos ir para Itália para jogar futebol, ou um menino de 9 deixar a família no Brasil e partir em busca do sonho - se é que ele já sabe o que quer, mas mostrar alguns destes personagens. Neste um mês de pesquisa descobri mais de 40 garotos, principalmente em Portugal e na Itália.
Muitos deles serão abordados neste espaço. Iremos tirar do anonimato e mostrá-lo em primeira mão. Ouviremos diretores de clubes, treinadores e jornalistas sobre este assunto. Para começar vamos apresentar o lateral esquerdo Alan Empereur, jogador da Fiorentina, clube que tem em sua base cinco atletas.
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